Recensión
A presença humana, e com ela o substrato diarístico, sempre acaba coando-se mesmo nos experimentos mais formais de Lores. Em LimpaParaBrisas ouvimos as vozes das crianças, que lhe dam um matiz doméstico e familiar ao que nom deixa de ser um frio exercício formal. LimpaParaBrisas (2012, 4’) lembra-me umha película muda de Jenny Okun, London-Cape Wrath-London (1978, 12′), na que a cámara, desde o interior dum coche em marcha, enquadra a estrada pola que circula.
A película de Lores mantém a mesma posiçom de cámara, mas em vez de segmentar a viage em períodos de dous movementos de limpa-pára-brisas o que fai é intentar congelar o movimento do mesmo. Missom impossível: os braços tremem no pára-brisas sem acougar numha possiçom fixa, e movem-se polo vidro a saltos, ou sobem continuamente sem nunca baixar, ou baixam em bucle sem subir. O que fijo o cineasta foi eliminar fotogramas, polo que se acelera o movimento por esta autoestrada portuguesa e pola sua paisage chuvosa (“Com chuva, modere a velocidade”, di um sinal luminoso). Naqueles breves momentos nos que Lores deixa que o braço se mova co seu movimento natural, o coche, a estrada e a paisage parecem querer deter-se de repente: é o limpa-pára-brisas o que lhe proporciona velocidade ao percorrido, em proporçom inversa: quanto mais quieto está (quantos mais fotogramas se eliminárom), mais avanza o veículo. (Alberte Pagán)
Ficha
Proxeccións
Cineclube Compostela (2013)
Críticas
Cris Lores, o home da cámara (Alberte Pagán, Follas do Cineclube 2013)