Recensión
Em novembro de 2002 o petroleiro Prestige naufragou diante das costas galegas originando umha maré negra que tingiu de chapapote mil quilómetros de praias e rochas. A incompetência do governo, que indirectamente provocou o verquido e nom foi quem de gestioná-lo, foi o detonante dumha vaga de indignaçom que calhou na maior mobilizaçom popular da história galega. Baixo o lema Nunca Mais as galegas e os galegos, tradicionalmente submissos ao poder, erguérom-se contra os seus governantes: os vassalos rebelárom-se contra os senhores porque os senhores nom cumprírom co seu dever de defender aos seus vassalos. Deste jeito os lazos medievais entre poder e súbditos rompérom-se, ainda que só fora temporalmente. Os partidos da oposiçom, temerosos da continuaçom e/ou radicalizaçom do movimento, e ante umhas iminentes eleiçóns que pretendiam ganhar, figérom o possível por suavizar e desactivar as protestas populares.
Que fica de todo isto? Resíduos aqui e acolá, físicos e sicológicos, individuais e colectivos. A quem se lhe conte… carece de textos (agás algumhas pintadas e cartazes) porque a sua intençom é deixar que as images falem por si mesmas. A paisage é a depositaria da história (em ambos sensos: a história como relato, a História como devir social), em diferentes graos, desde a image inmediata (o chapapote sobre as rochas) até pintadas esvaídas que remitem a aconteceres passados, passando polas brigadas de limpeza (que cumpriam umha dobre funçom: as tarefas voluntárias de limpeza, independentes do poder; e a simbolizaçom da indignaçom popular e o activismo político). As brigadas de limpeza som a um tempo image da catástrofe ecológica (quiçá a icona mais reconhecível de aqueles meses negros) e conseqüência de sucessos anteriores (o verquido de petróleo). A quem se lhe conte… é umha obra sobre as pegadas da história na realidade: o chapapote sobre as rochas, as pintadas esvaídas sobre as paredes; a realidade como palimpsesto.
Ficha
FormatoVídeo miniDV | 67' | cor | son
Ano2011
CréditosAutor: Alberte Pagán | Título: Joam Casas
+ infoLigazón á web do filme
Festivais | Proxeccións
Exposición A Balea Negra (MARCO, Vigo, 2012-2013 | Exposición ESTRAZ@rtes (O Carballiño, 2012-2013; Museu Molí Paperer de Capellades, Barcelona, 2014) | Cineuropa 2012
Críticas | Entrevistas
Sinais. Alberte Pagán (José Manuel Sande, (S8) 3ª Mostra de cinema periférico, 31-05-12)
A Balea Negra. Nota de Prensa (Outubro 2012)
A Balea Negra. Folhas de sala (Outubro 2012)
“As axudas ao talento fan que haxa voces propias, e non só produtos prefabricados” (Montse Dopico, Praza Pública, 17-11-12)